quarta-feira, 22 de julho de 2009

Considerações de um Julgamento em uma Exposição Canina

O juiz é máxima autoridade dentro da pista e suas decisões não podem ser questionadas.

Julgar é uma habilidade que algumas pessoas desenvolvem e é fruto de muito estudo e dedicação. Para julgar, é necessário conhecer princípios fundamentais de estrutura e dinâmica de movimentos do cão, de forma geral, e os padrões raciais. Ademais disso, é fundamental ver em muitos cães, sempre tratando de observá-los criticamente.

A responsabilidade de julgar é muito grande, pois escolher um ganhador de raça, e antes disso escolher um melhor macho e uma melhor fêmea, o que se realmente está fazendo é indicando quais seriam os melhores exemplares fenotipicamente, nessa exposição, para utilizar na criação. Por isso, os juízes devem sempre estar atualizados sobre o padrão da raça.


Pode-se julgar, basicamente, de duas formas: por defeito, ou por tipo, que é forma que juiz analisa o conjunto do exemplar, considerando suas características e virtudes que sobressaem.

O julgamento começa já no momento que o exemplar entra em pista e um bom juiz, nesse momento já identifica, com uma margem de erro, aqueles exemplares que apresentam tipicidade e caráter desejável.

O seguinte ato do juiz é examinar cada um dos exemplares, seguindo uma metodologia; uma seqüência de julgamento que seja seguida em todos os exemplares e que possibilite fazer uma analise rica em detalhes no curto período de tempo. Seguir esse método é importante para que o juiz possa ir memorizando as características importantes do exemplar e tomar a decisão que qual exemplar mais se aproxima ao padrão da raça. É nesse momento em que juiz que o juiz toca no cão que ele pode sentir as características anatômicas que se esconde debaixo da pelagem, também analisa a pelagem, angulações e tono muscular.

Os seguintes passos são seguidos por alguns juizes, mas não todos porque cada um em particular tem sua metodologia, mas aqui colocamos um exemplo:

1) Na entrada de pista olhar o estado geral e tipicidade do exemplar.
2) O handler vai colocar o cachorro em Stay verificar dentes, mordida e no caso de macho os testículos.
3) Observar a cabeça como um todo e depois em detalhe os olhos, focinho, nariz, orelhas, seu tamanho, inserção e tipo.
4) De perfil analisa a linha superior e inferior da cabeça.
5) Observar tamanho, forma e colocação do pescoço.
6) Tocar o Pelo, sentir a textura, comprimento e o subpelo.
7) Olhar a abertura do peito, aplumes, angulações dianteiras.
8) Verificar profundidade de peito, firmeza do dorso, linha superior e linha inferior.
9) Verificar posição de garupa, inserção, tamanho, cauda, angulações traseiras e aplumes posteriores.


O próximo passo é analisar o exemplar em movimento. Pode-se utilizar o movimento em linha reta de ir e vir e depois circular, sempre em trote. Também se pode usar a metodologia do movimento em triangulo ou T.

No movimento e ir e vir se analisa principalmente se o movimento é livre e se as patas se movem de forma paralela, se não se cruzam se não tira os cotovelos ou jarretes. Em síntese, se busca a ver se não há desvio tanto dos anteriores como dos posteriores.

Com o movimento circular, o que se observa é o comportamento da linha superior, propulsão e impulsão, alcance das passadas, se não sede os metacarpos, se movimento anterior e posterior são harmônicos e também a forma que leva a cabeça e o pescoço.

Assim depois dessa analise já temos um ganhador, o mesmo julgamento se faz para determinar ganhador de grupo e Best in Show de exposição, mas nesse caso não se compara cão com cão mas sim aquele cão que mais se aproxima ao seu padrão de raça.


Fonte: conversa com Juiz cinofilo Ciro Burgos.

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